quarta-feira, 2 de maio de 2018

Eu sou...

Eu sou a Tristeza,

Tristemente feliz, vejo a vida. Tento achar graça nos detalhes que tanto me agracia aos olhos, mas é difícil enxergar, há um turbilhão de sentires no meu peito que não me deixa focar. As vezes quando me perguntam como estou, sorrio é digo “estou bem”, mas me segurando para não deixar as tão aliviadoras lágrimas dizerem como estou. O sorriso... Esse é um grande amigo... É como um papel que visto para aparecer na sociedade. Tem dias que nem queria olhar o sol, toda aquela felicidade que ele demonstra me causa aflição, por me sentir fracassada, como ser feliz se sou só tristeza? Como viver sem a dor? Quando me perguntam “fala-me sobre você” como dizer em palavras o quanto dói ser eu. Há um novelo dentro do vazio que há em mim, este novelo tem fios de todos os sentires; há saudade, perdas, angústia, apego, desesperança, solidão, afeto, inexistência, desalento, soturnidade, melancolia, mágoa e amargura. Contudo, sou boa em disfarces, ainda bem, eu pego esse vazio e coloco dentro de um baú chamado coração e lá ele permanece. Às vezes o vazio quer gritar e o coração dói, mas eu ignoro, racionalizo e coloco uma das máscaras para disfarçar. Mas há algo que dói mais do que isso, é o frio que sinto diariamente, dentro de mim. Esse frio não passa, por mais que eu tente colocar a melhor mascara... Esse frio tem estágios; dói o peito, depois a garganta, que vai tomando conta da parte do sistema nervoso, modifica meus sentidos e minha percepção. Logo depois, não consigo expressar nada e ai eu me dou conta, estou anestesiada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário