Eu sou a Sobrevivência,
Sempre acho que é meu último
suspiro e me agarro a uma nova possibilidade. Corro, para não ser engolida pelo
tempo. Sou flexível, pois é preciso ser para viver. Acredito que tudo vale para
se manter vivo. Como rápido e o essencial, não sei se terei algo para comer daqui
a alguns minutos. A arritmia ataca, respiro e aprecio o ar. Resisto em mil
pedaços, tento o máximo não os deixar cair. Há vários buracos que saem fluidos
da minha energia vital, mas permaneço em pé. Em cada gota de água que bebo, é
como se fosse o último. Sou aquela que não dá o braço a torcer, enfrento com
unhas e dentes pelo último suspiro, com a esperança que após esse terá outro e
mais outro. Como navalha passando sobre a pele, é o dia amanhecendo para mim. Cada
dia é um novo obstáculo, algo que eu preciso passar. Ando de vagar, preciso
saber onde piso para não desperdiçar o tempo, aliás, esse já se tornou um
grande aliado ou o tão temido deus, que coloca medo e pressão. Tento não ficar
apavorada com a pressão, preciso respirar, preciso andar.... Necessito me
manter viva e persistir em existir.