segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

desorganizado;


acredito que as adversidades da vida nos transformaram em algo que nem sabemos o que é
sobrevivemos por algo que nem sabemos o porque
mas estamos vivos,
e as vezes isso é o que importa
caminhamos lentamente para a morte,
esse é o ponto de chegada, 
como dizem,  única certeza
na linha da vida, cada pilar que nos compõem 
guardam em seu intimo coisas absurdas sobre nossa particularidade
passado guarda cicatrizes, espalhadas em nosso corpo
como códigos, que muitas vezes não desejamos acessar 
e nossa alma ainda tenta se recuperar, se manter pura.
mas seguimos
vivenciamos o presente de forma que nem sabemos como,
respirando aos poucos e ansiamos pelo futuro, não sei se é por querer que as coisas melhorem ou se é porque a morte se aproxima
mas respiramos
acredito que vamos amadurecendo com o passar dos anos, criando filtros e criando também sentimentos
somos seremos humanos,
isso significa que somos errantes e frágeis...
mas ser humano também se caracteriza por nossa capacidade de sermos fortes e perseverante...
sobrevivemos...
seguimos com machucados, decepções, alegrias, gratidão....
seguimos por saber que amanhã será um novo dia e que podemos encontrar a felicidade
seja em vida ou quando os olhos de fecharem pela última vez

passáro;


eu não as sinto
eu me sinto um pássaro sem asas
tiraram elas
ou eu mesma que as destruir?
eu tenho que sobreviver sem elas
em um mundo que cobra asas grandes e robustas
como viverei sem asas?
eu não as tenho
estou limitada de viver como um todo
partes de mim estão por ai 
fragmentada por dentro e por fora 
mas há outros caminhos para percorrer 
o submundo me espera
pois, ao alçar voo
descobrir céus e gloria
cheguei perto demais do sol
queimaram... 
aos poucos, me tiraram
tiraram parte do meu ser
e toda vez que elas ameaçam de crescer
eu as destruo
aprendi a lição
que o céu é para quem já nasceu lá 
não há espaço para mim
por fim,
eu sou um pássaro sem asas

a primeira espiral;


o abismo em forma de espiral
estava querendo me engolir
aos poucos estou caminhando para a morte
e antes que eu vire o grande show da minha vida
do qual eu serei ela em minha existência
vou sendo engolida
pela vida
é como se eu andasse em uma corda bamba
tenho que chegar do outro lado 
quero pular
mas tenho que me equilibrar
tenho que respirar
tenho que continuar
tenho...
ou apenas deixar
que a espiral me consuma
eu sou a própria espiral que me consome